Hoje recebi um mail que , devido a constatar a sua enorme riqueza de conteúdo não poderia deixar de partilhar convosco.
E perguntam o que terá este assunto a ver com terapia Piramidal ou com a Piramicama?
É que sendo a energia Piramidal algo que nos eleva a um nivel de maior consciência, para além do intraduzivel bem estar e efeito de melhorias a todos os niveis da saúde, certamente será importante ( com ou sem Piramicama) cultivar um espírito saudável para que a saúde em nós possa vibrar a cada dia das nossas vidas.
Assim sendo passo a transcrever.
Entrevista com
Prof. Dr. Maurício Paes Landim
Professor Adjunto de Cardiologia UFPI/UESPI
Mestre em Medicina
Entrevista com o Dr. Jorge Carvajal, médico cirurgião da
Universidade
de Andaluzia, Espanha, pioneiro da Medicina Bioenergética.
Qual adoece primeiro: o corpo ou a alma?
A alma não pode adoecer, porque é o que há de perfeito em
ti, a alma evolui, aprende. Na realidade, boa parte das enfermidades são
exatamente o contrário: são a resistência do corpo emocional e mental à alma.
Quando nossa personalidade resiste aos desígnios da alma, adoecemos.
Há emoções prejudiciais à saúde? Quais são as que mais nos
prejudicam?
70 por cento das enfermidades do ser humano vêm do campo da
consciência emocional. As doenças muitas vezes procedem de emoções não
processadas, não expressas, reprimidas. O medo, que é a ausência de amor, é a
grande enfermidade, o denominador comum de boa parte das enfermidades que temos
hoje. Quando o temor se congela, afeta os rins, as glândulas suprarrenais, os
ossos, a energia vital, e pode converter-se em pânico.
Então nos fazemos de fortes e descuidamos de nossa saúde?
De heróis os cemitérios estão cheios. Tens que cuidar de ti.
Tens teus limites, não vás além. Tens que reconhecer quais são os teus limites
e superá-los, pois, se não os reconheceres, vais destruir teu corpo.
Como é que a raiva nos afeta?
A raiva é santa, é sagrada, é uma emoção positiva, porque te
leva à auto-afirmação, à busca do teu território, a defender o que é teu, o
que é justo. Porém, quando a raiva se torna irritabilidade,
agressividade, ressentimento, ódio, ela se volta contra ti e afeta o fígado, a
digestão, o sistema imunológico.
Então a alegria, ao contrário, nos ajuda a permanecer
saudáveis?
A alegria é a mais bela das emoções, porque é a emoção da
inocência, do coração e é a mais curativa de todas, porque não é contrária a
nenhuma outra. Um pouquinho de tristeza com alegria escreve
poemas. A alegria com medo leva-nos a contextualizar o medo e a não lhe darmos
tanta importância.
A alegria acalma os ânimos?
Sim, a alegria suaviza todas as outras emoções, porque nos
permite processá-las a partir da inocência. A alegria põe as outras emoções em
contato com o coração e dá-lhes um sentido ascendente. Canaliza-as para que
cheguem ao mundo da mente.
E a tristeza?
A tristeza é um sentimento que pode te levar à depressão
quando te deixas envolver por ela e não a expressas, porém ela também pode te
ajudar. A tristeza te leva a contatares contigo mesmo e a restaurares o
controle interno. Todas as emoções negativas têm seu próprio aspecto
positivo.Tornamo-las negativas quando as reprimimos. (para que não sejam
negativas, temos que tomar consciência delas, aceitá-las, entendê-las e
transformá-las; se este processo não for feito, ficam reprimidas, como diz o autor,
ou seja cristalizadas, são verdadeiros quistos energéticos que minam a nossa
saúde física, emocional e mental).
Convém aceitarmos essas emoções que consideramos negativas
como parte de nós mesmos?
Como parte para transformá-las, ou seja, quando se aceitam,
fluem, e já não se estancam e podem se transmutar. Temos de as canalizar para
que cheguem à cabeça a partir do coração. Que difícil! Sim, é muito
difícil. (não é tão difícil assim, é
apenas uma questão de tomarmos a decisão de estarmos conscientes e tentar
perceber tudo o que se passa dentro de nós, como se fossemos espectadores de
nós próprios). Realmente as emoções básicas são o amor e o medo (que é ausência
de amor), de modo que tudo que existe é amor, por excesso ou deficiência.
Construtivo ou destrutivo. Porque também existe o amor que se aferra, o amor
que superprotege, o amor tóxico, destrutivo. (não sei se chamaria a isto amor;
a isto chamo apego derivado da insegurança e da paixão)
Como prevenir a enfermidade?
Somos criadores, portanto creio que a melhor forma é
criarmos saúde.
E, se criarmos saúde, não teremos que prevenir nem combater
a enfermidade, porque seremos saúde.
E se aparecer a doença?
Teremos, pois, de aceitá-la, porque somos humanos. Krishnamurti
também adoeceu de um câncer de pâncreas e ele não era alguém que levasse uma
vida desregrada. Muita gente espiritualmente muito valiosa já adoeceu.
Devemos explicar isso para aqueles que crêem que adoecer é
fracassar.
O fracasso e o êxito são dois mestres e nada mais. E, quando
tu és o aprendiz, tens que aceitar e incorporar a lição da enfermidade em tua
vida... Cada vez mais as pessoas sofrem de ansiedade. A ansiedade é um
sentimento de vazio, que às vezes se torna um oco no estômago, uma sensação de
falta de ar. É um vazio existencial que surge quando buscamos fora em vez de
buscarmos dentro. Surge quando buscamos nos acontecimentos externos, quando
buscamos muleta, apoios externos, quando não temos a solidez da busca interior.
Se não aceitarmos a solidão e não nos tornarmos nossa própria companhia,
sentiremos esse vazio e tentaremos preenchê-lo com coisas e posses. Porém, como
não pode ser preenchido de coisas, cada vez mais o vazio aumenta.
Então, o que podemos fazer para nos libertarmos dessa
angústia?
Não podemos fazer passar a angústia comendo chocolate ou com
mais calorias, ou buscando um príncipe fora. Só passa a angústia quando entras
em teu interior, te aceitas como és e te reconcilias contigo mesmo. A angústia
vem de que não somos o que queremos ser, muito menos o que somos, de modo que
ficamos no "deveria ser", e não somos nem uma coisa nem outra. O
stress é outro dos males de nossa época. O stress vem da competitividade, de
que quero ser perfeito, quero ser melhor, quero ter uma aparência que não é
minha, quero imitar. E realmente só podes competir quando decides ser um
competidor de ti mesmo, ou seja, quando queres ser único, original, autêntico e
não uma fotocópia de ninguém. O stress destrutivo prejudica o sistema
imunológico. Porém, um bom stress é uma maravilha, porque te permite estar
alerta e desperto nas crises e poder aproveitá-las como oportunidades para
emergir a um novo nível de consciência.
(aqui encontram uma boa explicação do que é o bom stress
(stress, necessário à nossa existência) e mau stress (distress, causador de
doença):
O que nos recomendaria para nos sentirmos melhor com nós
mesmos?
A solidão. Estar consigo mesmo todos os dias é maravilhoso.
Passar 20 minutos consigo mesmo é o começo da meditação, é estender uma ponte
para a verdadeira saúde, é aceder o altar interior, o ser interior.
Minha recomendação é que a gente ponha o relógio para
despertar 20 minutos antes, para não tomar o tempo de nossas ocupações. Se
dedicares, não o tempo que te sobra, mas esses primeiros
minutos da manhã (é nesta energia fresca do alvorecer ou da manhã bem cedo -
até às 10h00 -, que se encontra a
energia Yang curativa), quando estás rejuvenescido e descansado, para meditar,
essa pausa vai-te recarregar, porque na pausa habita o potencial da alma.
O que é para você a felicidade?
É a essência da vida. É o próprio sentido da vida. Estamos
aqui para sermos felizes, não para outra coisa. Porém, felicidade não é prazer,
é integridade. (não podia estar mais de acordo, embora o prazer seja necessário
à nossa existência, o autor refere-se aqui ao prazer puramente físico; esta
integridade de que fala é o prazer sublime que obtemos quando temos um sentido
de plenitude dentro de nós em relação a tudo quanto existe e superámos a
dualidade da existência: as coisas não são boas nem más, são apenas a Vida a
acontecer). Quando todos os sentidos se consagram ao ser, podemos ser felizes.
Somos felizes quando cremos em nós mesmos, quando confiamos em nós, quando nos
empenhamos transpessoalmente a um nível que transcende o pequeno eu ou o
pequeno ego. Somos felizes quando temos um sentido que vai mais além da vida
cotidiana, quando não adiamos a vida, quando não nos alienamos de nós mesmos,
quando estamos
em paz e a salvo com a vida e com nossa consciência. Viver o
Presente.
É importante viver no presente? Como conseguir?
Deixamos ir o passado e não hipotecamos a vida às
expectativas do futuro, quando nos ancoramos no ser e não no ter, ou a algo ou
alguém de fora. Eu digo que a felicidade tem a ver com a realização, e esta com
a capacidade de habitarmos a realidade. E viver em realidade é sairmos do mundo
da confusão.
Na sua opinião, estamos tão confusos assim?
Temos três ilusões enormes que nos confundem:
Primeiro: cremos que somos um corpo e não uma alma, quando o
corpo é o instrumento da vida e se acaba com a morte.
Segundo: cremos que o sentido da vida é o prazer, porém com
mais prazer não há mais felicidade, senão mais dependência... Prazer e felicidade não são o mesmo. Há que se consagrar o prazer à
vida e não a vida ao prazer.
Terceiro: ilusão é o poder; desejamos o poder infinito de
viver no mundo.. E do que realmente necessitamos para viver? Será de amor, por
acaso?
O amor, tão trazido e tão levado, e tão caluniado, é uma
força renovadora. O amor é magnífico porque cria coesão. No amor tudo está
vivo, como um rio que se renova a si mesmo. No amor a gente
sempre pode renovar-se, porque ordena tudo (este "ordena" não é no
sentido de "dar ordens", mas sim de "pormos em ordem tudo dentro
de nós"). No amor não há usurpação, não há transferência, não há medo, não
há ressentimento, porque quando tu te ordenas, porque vives o amor, cada coisa
ocupa o seu lugar, e então se restaura a harmonia. Agora, pela perspectiva
humana, nós o assimilamos com a fraqueza, porém o amor não é fraco.
Enfraquece-nos quando entendemos que alguém a quem amamos
não nos ama.
Há uma grande confusão na nossa cultura. Cremos que sofremos
por amor, porém não é por amor, é por paixão, que é uma variação do apego. O
que habitualmente chamamos de amor é uma droga. Tal qual se depende da cocaína,
da maconha ou da morfina, também se depende da paixão. É uma muleta para
apoiar-se, em vez de levar alguém no meu coração para libertá-lo e libertar-me.
O verdadeiro amor tem uma essência fundamental que é a liberdade, e sempre
conduz à liberdade. Mas às vezes nos sentimos atados a um amor. Se o amor
conduz à dependência é Eros. Eros é um fósforo, e quando o acendes ele se
consome rapidamente em dois minutos e já te queima o dedo. Há amores que são
assim, pura chispa. Embora essa chispa possa servir para acender a lenha do
verdadeiro amor. Quando a lenha está acesa, produz fogo.
Esse é o amor impessoal, que produz luz e calor .
Pode nos dar algum conselho para alcançarmos o amor
verdadeiro?
Somente a verdade. Confia na verdade; não tens que ser como
a princesa dos sonhos do outro, não tens que ser nem mais nem menos do que és.
Tens um direito sagrado, que é o direito de errar; tens
outro, que é o direito de perdoar, porque o erro é teu mestre. Ama-te, sê
sincero
contigo mesmo e leva-te em consideração. Se tu não te
queres, não vais encontrar ninguém que possa te querer. Amor produz amor. Se te
amas, vais encontrar amor. Se não, vazio. Porém nunca busques migalhas, isso é
indigno de ti. A chave então é amar-se a si mesmo. E ao próximo como a ti
mesmo. Se não te amas a ti, não amas a Deus, nem a teu filho, porque estás
apenas te apegando, estás condicionando o outro.
Aceita-te como és; não podemos transformar o que não
aceitamos, e a vida é uma corrente permanente de transformações.
Prof. Dr. Maurício Paes Landim
Professor Adjunto de Cardiologia UFPI/UESPI
Mestre em Medicina
Doutor em Cardiologia
--
"Não viemos ao mundo para fazer o que os outros fazem.
Não viemos para fazer um pouco melhor o que os outros fazem.
Viemos para fazer o que só nós podemos fazer."
(Trigueirinho)
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